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Vera Canhoni

Ensaios Poéticos: alma indiferente

Ensaios Poéticos: alma indiferente

 

Não vês que minha alma indiferente

não sente, não vibra, não vive…

Que eu nunca devia ter nascido assim descrente,

Que pranteio o fado de existir que eu tive?

Sou sem Deus, sem lei, e sem amor

Sem “eu”, apesar de eu também ser

Não tenho crenças e sinto horror

de crer que eu não sei crer

Se tenho alma, não sinto

Ela deve ser dura como o granito

maior que o infinito

E mentir mais do que eu minto

Nem sem bem porque existe

Este meu olhar todo circeu

Nesta minha face triste

Se o resto há muito já morreu

Procuro às vezes quando a noite é linda

Caminhar a estrada cheia de abrolhos

E já faz muito e eu tenho ainda

Mas falta luz pra estes meus olhos…

E tu, se chegas, tem cuidado

Por mim tantas passaram sorridentes

E ao pecarem, por pecado

Partiram quase todas tão descrentes

Se amanhã tu foges apressada e triste

Oh! Nunca venhas me abraçar sorrindo,

Não chegues e ao chegar partindo

Eu venha a soluçar porque partiste

Se vieres traz tua alma imaculada

Eu te receberei todo sem medo

E minha boca já não calada

Vai te contar baixinho o meu segredo

 

Dinoê- meu pai (em memória)

Psicoterapia psicanalítica para (re) inventar o viver

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