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Vera Canhoni

Psicanálise: A criatividade como arco fundante – parte 1/4

 

Psicanálise: A criatividade como arco fundante – parte 1/4

 

“Marco Pólo descreve uma ponte, pedra por pedra.

– Mas qual é a pedra que sustenta a ponte? – pergunta Kublai Khan.

– A ponte não é sustentada por esta ou aquela pedra – responde Marco -, mas pela curva do arco que estas formam.

Kublai Khan permanece em silêncio, refletindo. Depois acrescenta:

– Por que falar das pedras? Só o arco me interessa.

Pólo responde:

– Sem pedra o arco não existe.”

Ítalo Calvino

 

Ao examinar a teoria utilizada pelos analistas em seu trabalho, e perceber onde a criatividade encontra lugar, D.W.Winnicott afirma que é preciso separar ou ir um pouco mais além da ideia da criação no contexto das obras de arte.

“É verdade que uma criação pode ser um quadro, uma casa, um jardim, um vestido, um penteado, uma sinfonia ou uma escultura; tudo, desde uma refeição preparada em casa.”

No entanto, numa suposição mais universal, o autor parte do entendimento de que a criatividade está relacionada ao sentimento de “estar vivo”. Para Winnicott, um potencial criativo pode ser reconhecido

 “[…] não tanto pela originalidade de sua produção, mas pela sensação individual da realidade da experiência e do objeto”.

Desse modo, presumivelmente, a criatividade relaciona-se à qualidade viva dos seres humanos.

Diante desse pressuposto permanecemos muito próximos à ideia de que o reconhecimento da existência de uma criatividade em potencial – base da contribuição pessoal e absolutamente original que cada um tem a fazer, no mínimo tão cedo quanto o momento do nascimento de todo bebê humano -, se desdobrará no processo contínuo de experiências ao longo de uma existência.

 

Psicanálise: A criatividade como arco fundante – parte 2/4

 

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