Ensaios Poéticos: Século XX – Manhã
Os sinos bimbalham, a fábrica apita
O bonde não pára, não cabe ninguém
O carro correndo, não pára também
Os sinos bimbalham, a plebe se agita
As crianças correndo, quem sabe pra escola
Vão rotas, descalças, magrinhas, chorosas de frio tiritando, levando a sacola
Sem lanche, sem nada,
Percebo nas rosas que passam correndo, pra escola quem sabe
Eu vejo na plebe futura; Tristezas
É quando em meu peito tristonho não cabe
O ruído dos versos felizes; Belezas
Oh! Crianças de face rosada, corada
Oh! Tudo é mentira, mentira mais nada
Os sinos bimbalham, a plebe se agita
O bonde tocando, já a fábrica apita
O carro correndo não pára é veloz
E a plebe só diz: Deus…tem pena de nós.
Dinoê
meu pai (em memória)