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Vera Canhoni

Manoel de Barros: O nada é tudo – Bordas do Inconsciente

Manoel de Barros: O nada é tudo – Bordas do Inconsciente

 

 

Meu fado é o de não saber de mim quase tudo.

Por isso sobre o nada eu tenho profundidades.

E eu disse no Livro sobre nada que “perder o nada é um empobrecimento”.

De que eu iria falar então se eu acho que o nada é tudo?

Todas as palavras, inclusive “pó”, estão emprenhadas de nada.

Isto é: estão emprenhadas do que nos tornaremos.

Como posso acreditar que somos alguma coisa mais que nada?

Não tenho esse poder divino.

Cresci nos desvãos de mim. E não sei sair dele.

Acho que poderoso não é o homem que descobriu o ouro, mas o homem que descobriu o nada.

Sei que isso é negativo, mas eu não sei passar por cima de mim.

Manoel de Barros

 

 

Eventos

 

 

Muller, A. Manoel de Barros, Rio de Janeiro Beco do Azougue, 2010

 

 

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