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Vera Canhoni

Degustação Psicanalítica: área intermediária – inventar e conviver com (in) existências

Degustação Psicanalítica: área intermediária – inventar e conviver com (in) existências

Área intermediáriainventar e conviver com (in) existências

O que vou contar são as coisas que não aconteceram. E essas são mais infinitas. Eu invento as coisas que não aconteceram. Porque se eu não inventar do quê que eu vou viver? O quê que eu vou escrever? Entretanto eu não conto mentira. Tudo que eu invento é verdadeiro. Isto seja: tudo que eu invento aconteceu no meu ser parado. (…) Conviver com inexistências é a raiz da poesia.  Manoel de Barros

Área intermediáriarealidade interna e compartilhada  

Belo fragmento poético para nos aproximar da ideia de Winnicott sobre o valor de experimentarmos a vida na área dos fenômenos transicionais; na área intermediária da experiência que se estende entre a realidade interna e a realidade compartilhada

Eu sei que não há nenhum contato direto entre a realidade externa e eu mesmo, há apenas uma ilusão de contato, um fenômeno intermediário que funciona muito bem para mim quando não estou muito cansado… Winnicott

Potencial criativo(re) inventar a verdadeárea intermediária

Como diria Winnicott, o verdadeiro potencial criativo, está na oportunidade de transitar na área intermediária da experiência e recolher os frutos da ilusão de encontrar aquilo que criamos (alucinamos) ou, poeticamente – inventamos…

Nada melhor que esse enraizamento na poesia para demonstrar os caminhos por onde transitam as vicissitudes da criatividade, da memória, das coisas inventadas e do acúmulo de experiências que cada um de nós é capaz de trazer consigo para conviver com existências e inexistências...

Em alguma medida, criar estórias é o mesmo que (re) inventar a verdade em nós.

 

Eventos

 

WININICOTT, D. W. Da teoria do instinto à teoria do ego: estabelecimento da relação com a realidade externa. In: D.W.Winnicott.  Natureza Humana. Rio de Janeiro: Imago, 1990.

MULLER, A. Manoel de Barros, Beco do Azougue, 2010

 

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