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Vera Canhoni

Sintomas e alienação – Bordas do inconsciente

Sintomas e alienação – Bordas do inconsciente

Sintomas: formação e construção

Sabemos que os sintomas não se estabelecem a partir dos processos conscientes, mas sua formação depende de uma estreita relação entre os processos  inconscientes e as experiências mais singulares de cada sujeito.

Há em sua  construção um conjunto de defesas, certa formação de compromisso entre as diferentes instâncias psíquicas e/ou acordos entre duas correntes opostas: o reprimido e as forças repressoras.

O sintoma tem sentido – linguagem inconsciente

No entanto, não basta “conhecer” a constituição dos sintomas para que eles sejam removidos ou deixem de existir.

Ainda que o caminho dos sintomas se torne mais claro na medida em que o trabalho da análise preenche as lacunas da memória (inconsciente-consciente) uma mudança significativa só decorre quando o paciente responsabilizar-se pela linguagem de seu inconsciente.

Alienação e covardia – trabalho da análise

Em outras palavras, quando cada um for capaz de se encarregar de seus desejos e dos efeitos de seu inconsciente sobre si mesmo, sobrará pouco espaço para a alienação covarde, como Freud não hesitou em apontar….

“O trabalho da psicanálise não é o de comunicar ao sujeito os “conteúdos” de seu inconsciente, mas introduzi-lo a esta outra razão que age nele, e da qual ele se defende, covardemente, como escreve Freud, através de seu sintoma.

O que o neurótico não quer saber, e disto ele foge através de seu sintoma e de todas as formas de alienação que encontrar (…) é que ele está condenado a desejar. (…) O que o neurótico não quer é escolher, não quer se responsabilizar por seu desejo.

Responsabilizar-se pelo desejo, no limite, é viver a diferença radical que faz de cada um de nós um solitário, um singular, um estranho – o que é insuportável numa sociedade de massas.”

Maria Rita Kehl

 

Eventos

 

Kehl. M.R. A mínima diferença: masculino e feminino na cultura. Rio de Janeiro, Imago 1996.

 

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