Sonhos como realizações de desejo – Freud em pequenas doses
Segundo Freud os sonhos não são destituídos de sentido e como fenômenos psíquicos de uma atividade mental altamente complexa representam realizações de desejo.
Sonhos de angústia e realizações de desejo
Em seu trabalho sobre os sonhos, Freud não vê dificuldades em enfrentar e/ou argumentar as objeções de que os sonhos não podem ser considerados realizações de desejo ainda que, em em numerosos deles, se encontrem temas penosos e sentimentos desprazerosos e angustiantes.
É necessário apenas observar o fato de que minha teoria não se baseia numa consideração do conteúdo manifesto dos sonhos, mas se refere aos pensamentos que o trabalho de interpretação mostra estar por trás dos sonhos.
Contraste: conteúdos manifestos e latentes
Devemos estabelecer um contraste entre os conteúdos manifesto e latente dos sonhos.
Não há dúvida de que existem sonhos cujo conteúdo manifesto é de natureza extremamente aflitiva.
Mas terá alguém tentado interpretar esses sonhos? Revelar os pensamentos latentes que se encontram por trás deles?
Distorção onírica e realizações de desejo
É ainda possível que os sonhos aflitivos e os sonhos de angústia, uma vez interpretados, revelem-se como realizações de desejos.
Assim, não só nos defrontamos com a pergunta:
“Como podem os sonhos aflitivos e os sonhos de angústia ser realizações de desejos?”,
como também nossas reflexões permitem-nos acrescentar uma segunda pergunta:
“Por que é que os sonhos de conteúdo irrelevante, que mostram ser realizações de desejos não expressam seu sentido sem disfarces”?
Descrevamos esse comportamento dos sonhos, que tanto carece de explicação, como “o fenômeno da distorção dos sonhos”.
Assim, nosso segundo problema é: qual a origem da distorção onírica?
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FREUD, S. A interpretação dos sonhos (parte I) In: Obras Psicológicas Completas de Sigmund Freud: edição standard brasileira, Volume IV. (1900) Trad. Sob a direção de Jayme Salomão. Rio de Janeiro, Imago, 1994.