Manoel de Barros: ser humano – matéria para a poesia – Bordas do Inconsciente
Todos os elementos são matéria de poesia, mas para mim o ser humano é a grande matéria para a poesia.
É do ser humano que sai o canto, que sai a dor, o amor, a dúvida, o ciúme, a morte.
Não precisamos de terras nem águas nem paisagens para a poesia.
Shakespeare só se serviu do ser humano e de suas paixões. Cristo, Marx e Freud só se ocuparam do ser humano. Proust era tão chegado que gozava só de ouvir a voz de Albertine.
Nós seres humanos, carregamos o essencial dentro de nós: o sol, a água, o verbo, os nomes e as limitações.
Com as palavras nós somos onipotentes. Chegamos até a lugares que não existem.
Eventos
Muller, A. Manoel de Barros, Rio de Janeiro Beco do Azougue, 2010