Singularidade e Perspectivas Narrativas – Degustação Psicanalítica
A experiência psicanalítica promove, a cada um dos sujeitos, a possibilidade para (re) inventar-se.
É em sua singularidade que homens e mulheres interessam à psicanálise, e na singularidade nenhum homem e nenhuma mulher são idênticos ao sexo a que pertencem. Essa não-identidade interessa à psicanálise também, mas não para que, ao final de um percurso analítico, se produza a confortável ilusão de uma identidade para o sujeito, e, sim, para abrir perspectivas narrativas a que cada analisando possa inventar o que fazer não só de sua sexualidade, mas de sua passagem pelo reino deste mundo que, para nós, é o reino da linguagem.
Maria Rita Kehl
Kehl, M.R. O deslocamento do feminino: a mulher freudiana na passagem para a modernidade. Rio de Janeiro, Imago, 1998.