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Vera Canhoni

Poesia – Manoel de Barros – Do caderno de aprendiz

Do caderno de aprendiz 

 

Poesia é a descoberta das coisas que eu nunca vi

Oswald de Andrade

Eu queria ser banhado por um rio como

um sítio é.

Como as árvores são.

Como as pedras são.

Eu fosse inventado de ter uma garça e outros

pássaros em minhas árvores.

Eu fosse inventado como as pedrinhas e as rãs

em minhas areias.

Eu escorregasse desembestado sobre as grotas

e pelos cerrados como os rios.

Sem conhecer nem os rumos como os

andarilhos.

Livre, livre é quem não tem rumo.

 

 

Barros, M. Poesia Completa. São Paulo. Leya, 2010

 

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