Pular para o conteúdo

Vera Canhoni

Poesia – Manoel de Barros: voz de fazer nascimentos

Voz de fazer nascimentos

No descomeço era o verbo

Só depois é que veio o delírio do verbo.

O delírio do verbo estava no começo, lá onde a criança diz: Eu escuto a cor dos passarinhos.

A criança não sabe que o verbo escutar não funciona para cor, mas para som.

Então se a criança muda a função do verbo, ele delira

E pois.

Em poesia que é voz de poeta, que é a voz de fazer nascimentos –

O verbo tem que pegar delírio.

Manoel de Barros

Barros, M. Poesia Completa. São Paulo. Leya, 2010

 

https://www.veracanhoni.com/novas-pontes-para-residentes-no-exterior-atendimentos-psicologicos-online-na-lingua-portuguesa-vera-canhoni/

https://www.veracanhoni.com/faca-psicoterapia-faca-a-diferenca-atendimentos-psicanaliticos-online-psicanalise-a-arte-de-dar-voz-ao-seu-inconsciente/

https://www.veracanhoni.com/encontros-poesia-e-clinica-psicanalitica-a-escuta-poetica-do-psicanalista-vera-canhoni/

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *