Fenômeno da sugestão e emoção nos grupos – parte 2/2 Freud em pequenas doses
fenômeno da sugestão nos grupos
Não há duvida de que existe algo em nós que tende a fazer- nos cair na mesma emoção quando nos damos conta de sinais de emoção em alguém mais.
Quão amiúde não nos opomos com sucesso a isso, resistimos à emoção e reagimos de maneira inteiramente contrária? Por que, portanto, invariavelmente cedemos a este contágio quando nos encontramos num grupo?
sugestionabilidade – fenômeno primitivo
A assertiva de que a sugestão (ou a sugestionabilidade) é, na realidade, um fenômeno irredutível e primitivo, um fato fundamental da vida mental do homem. Entretanto, não houve explicação da natureza da sugestão, ou seja, das condições sob as quais a influência sem fundamento lógico e adequado se realiza.
A fim de lançar luz sobre a psicologia de grupo utilizarei o conceito de libido.
Libido é a expressão extraída da teoria das emoções. Damos esse nome à energia ou àqueles instintos que têm a ver com tudo o que pode ser abrangido sob a palavra ‘amor’.
laços emocionais – essência mente grupal
Tentaremos nossa sorte, então, com a suposição de que as relações amorosas (ou, para empregar expressão mais neutra, os laços emocionais) constituem também a essência da mente grupal.
abandono da distintividade – amor ao grupo
Um grupo é mantido unido por um poder de alguma espécie; e a que poder poderia essa façanha ser mais bem atribuída do que a Eros, que mantém unido tudo o que existe no mundo?
Se um indivíduo abandona a sua distintividade num grupo e permite que seus outros membros o influenciem por sugestão, isso nos dá a impressão de que o faz por sentir necessidade de estar em harmonia com eles, de preferência a estar em oposição a eles, de maneira que, afinal de contas, talvez o faça em ‘consideração a eles’ e literalmente ‘pelo amor deles’.
para leitura do post anterior acesse:
Inibições individuais e instintos destrutivos nos grupos – parte 1/2 Freud em pequenas doses
FREUD, S. Psicologia de grupo e análise do ego (1920 -1922) In: Obras Psicológicas Completas de Sigmund Freud: Rio de Janeiro, Imago, 1994