Bordas do Inconsciente: palavras alheias x discurso próprio – Vera Canhoni
conforto mortífero das palavras alheias x discurso próprio
“A doença pode ser uma oportunidade única de subjetivação, a depender da escolha do próprio doente – alienar-se no conforto mortífero das palavras alheias ou constituir um discurso próprio.”
Maria Rita Kehl
Discurso – nome próprio
Invariavelmente quando crianças ou adolescentes chegam aos nossos consultórios fica evidente como esse tipo de alienação subjetiva (conforto mortífero das palavras alheias) via uma dada dinâmica psíquica familiar tende a obstruir e empobrecer nesses jovens uma forma de constituição e subjetivação a partir de um discurso em nome próprio.
Impossibilitados pela força e imposição de uma dinâmica psíquica familiar que se mostra incapaz de se comprometer com transformações e mudanças, não raro esses jovens são (re) enviados, capturados e enlaçados de forma ainda mais incisiva nesse labirinto do discurso mortífero das palavras
Conforto – palavras do outro
Quando tentativas de seguir ao encontro de sua própria voz são obstruídas e/ou interrompidas, lamentavelmente, só lhes resta configurar seus discursos e suas falas por meio das vias empobrecedoras, alienantes e mortíferas do conforto das palavras do outro.
Incapazes de falar em nome próprio – empobrecidos de si mesmos e ignorantes em relação aos seus desejos perpetuam uma cadeia de sintomas em formas cada vez mais cristalizadas, quando deixam os espaços da análise.
Kehl. M.R. A mínima diferença: masculino e feminino na cultura. Rio de Janeiro, Imago 1996.
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