Situação psicanalítica – diálogo e relação analista e analisando – Degustação Psicanalítica
Você já experimentou a psicoterapia psicanalítica ?
Os aspectos transferencias no espaço analítico são dispositivos que permitem ao analisando romper com certos comportamentos ou clichês (mais ou menos estereotipados) que se repetem e estão carregados de sofrimentos e angústias.
Como resultado das disposições inatas e das influências sofridas durante os primeiros anos de vida, cada indivíduo adquire um método próprio de conduta em sua vida.
Numa espécie de clichê mais ou menos estereotipado algo se repete no curso da vida de uma pessoa e pode deslocar-se em transferência para a situação psicanalítica.
Terreno no qual se estabelecem as vicissitudes da situação psicanalítica, a transferência designará um conjunto de fenômenos e afetos diversos e singulares que se interpõe na relação entre o analisando e seu analista.
Comunicação e interpretação – vislumbre terapêutico
Nas palavras de Peter Gay, a eficiência e importância da interpretação – comunicação que o analista faz do(s) sentido(s) latente(s) dos conflitos, dos comportamentos ou palavras do analisando – na situação analítica em face à dinâmica transferencial.
A situação psicanalítica é a de um diálogo. O analista, embora seja em larga medida um parceiro silencioso, oferece interpretações que o analisando provavelmente não teria alcançado sozinho.
Se tivesse conseguido alcançá-las, para dizer como Freud, não teria havido neurose. (…) sem louvar ou condenar, mas apontando concisamente o que o analisando está realmente a dizer, o analista oferece um vislumbre terapêutico da realidade.
Transferência analítica – analista como tela – projeção afetos analisando
Em oposição à autoanálise, o autor recorda a especificidade do lugar do analista como suporte da diversidade de afetos do analisando que se deslocam e se atualizam na transferência analítica.
O que talvez seja ainda mais importante, e totalmente impossível na autoanálise, é que o analista – relativamente anônimo e atentamente passivo – oferece-se como uma espécie de tela onde o analisando projeta suas paixões, seu amor e ódio, afeição e animosidade, esperança e angústia.
Essa transferência, da qual depende grande parte do trabalho curativo do processo psicanalítico, é por definição uma transação entre dois seres humanos.
Gay, P. Freud: uma vida para o nosso tempo. São Paulo, Companhia das Letras, 2012